O começo do Fim
Inaudível?
No trânsito da cidade,
Está abafado no vento
E sufocado na fumaça.
Um sussurro de socorro,
Entre as folhas das árvores,
No lamento dos pássaros.
Tão ínfimo e tão surdo.
Está na terra
Sepultada sob o asfalto.
Está no céu impuro,
arranhado, desafiado.
Esqueleto canino ambulante,
Podridão dissolvida nas águas,
Micro-pseudo-florestas,
Teto sem ultra-filtro.
É a árvore que definha.
E as flores quase secas,
caem indiferentes, preocupadas
apenas com a dor da queda.
Inaudível? Audível.
E até bem visível, "cheirável",
tocável e comestível.
Mas, ainda sim, tolerável.
OLIVEIRA, Thiago Augusto
Áporo (Novembro/2007) Revista dos Alunos da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas - USP
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